O líder do PS/Açores, Francisco César, acusou esta segunda-feira o Governo Regional de “falhar redondamente” na resposta ao que considera ser “um dos maiores problemas sociais da atualidade nos Açores: a habitação”.
Durante uma visita ao Centro Comunitário da Terra Chã, freguesia que, de acordo com o líder socialista “há cinco anos que viu parar todas as intervenções previstas em reabilitação e construção de habitação”, Francisco César destacou que a crise habitacional afeta hoje não apenas as famílias mais carenciadas, mas também a classe média e os jovens açorianos.
“Quando temos uma taxa de sobrelotação habitacional superior a 16%, quando 10% da população vive em casas degradadas e 40% não consegue aquecer a sua habitação no inverno, é inadmissível que se continue a ignorar este problema”, afirmou.
O Presidente do PS/Açores sublinhou que os Açores ocupam atualmente o último lugar entre todas as regiões do país nestes principais indicadores e considerou “incompreensível” a falta de ação do Governo Regional face à disponibilidade de fundos europeus.
“Estamos a desperdiçar uma oportunidade histórica com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os fundos comunitários. O Governo teve meios à sua disposição, mas nada fez. O que estava em curso há cinco anos foi simplesmente travado. Nada foi acrescentado. A culpa não pode continuar a ser empurrada para o passado”, criticou Francisco César.
Na ocasião, o líder do PS/Açores relembrou que o partido apresentou várias propostas no último Plano e Orçamento Regional com o objetivo de dar uma resposta concreta à crise da habitação.
Entre essas propostas, destacou-se a criação de medidas para promover o arrendamento acessível, a reabilitação urbana e a utilização de imóveis devolutos. O PS/Açores propôs ainda incentivos para que habitações atualmente afetas ao alojamento local possam ser reconvertidas em arrendamento de longa duração, garantindo maior estabilidade no acesso à habitação permanente.
“O PS não se limita a criticar. Fizemos propostas concretas. Temos um plano. E, se fôssemos governo, teríamos tido a coragem de mudar as nossas próprias políticas, porque a realidade hoje é diferente da de há cinco anos”, defendeu
Francisco César concluiu com um alerta: “Este Governo não está em funções há cinco dias, nem há cinco meses. Está há cinco anos. É tempo de assumir responsabilidades e agir, antes que se comprometa ainda mais o futuro da nossa região”.